Ensinar habilidades de comunicação eficaz e resolução de conflitos é importante na educação das crianças e adolescentes, pois essas competências impactam o desenvolvimento emocional e social dos estudantes dentro e fora da escola.
Para refletir sobre esse tema, o blog da Rede Batista de Educação conversou com a Eneida Lorenzoni, coordenadora pedagógica do Colégio Batista Brasil Vila Velha. Ela explica que estudantes que se sentem ouvidos e compreendidos tendem a desenvolver maior segurança emocional, empatia e autoconfiança.
A boa comunicação e a capacidade de resolver conflitos impactam diretamente a autoestima, a empatia e o senso de pertencimento.
“Como destaca Lev Vygotsky, o desenvolvimento humano ocorre nas interações sociais. Por isso, aprender a comunicar-se e resolver conflitos é parte essencial da aprendizagem”, pontua Eneida. De acordo com ela, ensinar essas habilidades é essencial, porque promove a formação de sujeitos capazes de lidar com as complexidades da convivência em sociedade. A clareza na comunicação favorece o diálogo e fortalece vínculos interpessoais, destaca a educadora.
Nesse processo, famílias que cultivam o diálogo aberto, escuta ativa e respeito mútuo constroem ambientes seguros para o desenvolvimento emocional das crianças e dos adolescentes. “Quando há espaço para conversar e negociar, conflitos deixam de ser vistos como ameaças e se tornam oportunidades de aprendizado e crescimento conjunto”, disse Eneida.
Segundo a coordenadora, a família é o primeiro espaço de socialização. Pais que modelam comportamentos comunicativos saudáveis ensinam mais pelo exemplo do que por regras. “A escuta ativa e o respeito às emoções dos filhos são atitudes fundamentais.”
Mas, como os pais podem perceber se seus filhos estão enfrentando dificuldades para se comunicar e resolver conflitos? A coordenadora destaca que sinais como retraimento, explosões emocionais frequentes, isolamento ou dificuldade em expressar sentimentos podem indicar que a criança ou adolescente está enfrentando desafios nessas áreas. “Mudanças de comportamento súbitas também merecem atenção. Nestes casos, o diálogo acolhedor e o acompanhamento junto à escola são caminhos importantes”.
Ao apontar momentos do cotidiano como uma boa oportunidade no ensinamento de resolução de conflitos, a educadora exemplifica a briga entre irmãos. “São oportunidades naturais para o desenvolvimento de empatia, escuta e negociação. Em vez de punir imediatamente, os pais podem mediar a conversa, ajudando-os a nomear sentimentos, identificar o problema e pensar juntos em soluções. Isso fortalece o pensamento crítico e a autonomia emocional”, afirma.
Segundo Eneida, a escola tem papel importante ao promover práticas pedagógicas que valorizem o diálogo, a escuta e o trabalho em grupo. “Projetos de mediação de conflitos, rodas de conversa e educação socioemocional fortalecem essas habilidades. Já os pais podem reforçar em casa, mantendo uma rotina de escuta ativa, validando sentimentos e incentivando a autonomia na resolução de problemas”, afirma.
A comunicação eficaz e a capacidade de resolução de conflitos são habilidades que se constroem ao longo da vida. Quanto mais cedo se começa, maiores são os benefícios. Escola e família, quando atuam de forma alinhada, oferecem uma base sólida para que as crianças e adolescentes cresçam emocionalmente preparados para o mundo.